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Atividades ao ar livre são aliadas na prevenção da miopia infantil.

A prática de atividades ao ar livre durante os primeiros anos de vida pode ser uma ferramenta fundamental para prevenir o surgimento da miopia. No entanto, o avanço da urbanização e o uso cada vez mais precoce de telas por crianças e adolescentes representam um desafio, diminuindo o tempo que esse público passa fora de casa e exposto à luz natural.


Atualmente, a miopia atinge 7,6% das crianças e adolescentes brasileiros com idades entre 3 e 18 anos. Existem, contudo, contrastes marcantes dentro do país: em comunidades quilombolas rurais, a prevalência da doença é de apenas 1,06%, enquanto em áreas urbanas esse índice salta para 20,4%. A média brasileira, apesar das diferenças internas, é semelhante à de outros países da América Latina, estimada em 8,61%, e permanece distante da realidade de nações asiáticas, onde a prevalência pode superar os 80%.


O desenvolvimento da miopia é resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Crianças com pais míopes, por exemplo, têm até cinco vezes mais chances de desenvolver a condição. Além da predisposição genética, hábitos como a leitura prolongada em ambientes fechados e pouco tempo ao ar livre estão associados ao avanço da doença. Estudos recentes reforçam que a exposição solar exerce um efeito protetor, indicando que 40 minutos diários de atividades externas podem reduzir significativamente o risco de desenvolver miopia.


O impacto do confinamento ficou evidente durante a pandemia de covid-19, quando o tempo de exposição ao sol e de atividades externas diminuiu drasticamente. Em Hong Kong, por exemplo, a prevalência de miopia na população saltou de 44% para 55% em apenas um ano durante esse período.

Para crianças e adolescentes, as consequências da miopia são especialmente preocupantes. A falta de um diagnóstico ou tratamento adequado pode comprometer seriamente o desempenho escolar e o desenvolvimento intelectual.


Olhando para o futuro, o envelhecimento da população míope representa um desafio para o sistema de saúde, uma vez que altos graus da doença aumentam o risco de condições oculares mais complexas e de tratamento oneroso. Diante desse cenário, especialistas defendem a implementação de políticas públicas que incentivem a triagem visual nas escolas, a realização de campanhas educativas sobre a importância das atividades ao ar livre desde a infância e a orientação clara às famílias sobre a necessidade de consultas oftalmológicas regulares.




 
 
 
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